Pa_leio #1 - 13 de Novembro de 2004
Rodrigues, o Intérprete - Michael Cooper, S. J.
"As opiniões de Rodrigues na questão de terminologia, conforme manifestadas na sua carta de 1616, são aqui expostas com certo detalhe porque o problema iria ocupar a sua atenção e provocar reacções suas até ao final da sua vida. O ponto central do problema não dizia tanto respeito ao que era ensinado pelos missionários, pois não havia qualquer desinteligência sobre doutrina católica como tal; a disputa centrava-se à volta de como estes ensinamentos deviam ser transmitidos na língua chinesa. Numa primeira impressão parece tratar-se meramente de como traduzir termos europeus numa língua asiática, e sem dúvida não existiam grandes dificuldade nas conversas de todos os dias. As palavras são, no fim de contas, meros sons convencionalmente usados para exprimir objectos ou conceitos. Como muitos dos objectos concretos são comuns às experiências de asiáticos e europeus é relativamente fácil evitar mal entendidos quando se usa uma língua para descrever coisas materiais. Mas surgem rapidamente dificuldades quando se pretendem exprimir conceitos abstractos num idioma estranho"
Michael Cooper, S. J., Rodrigues, O Intérprete, Um Jesuíta no Japão e na China, tradução de Tadeu Soares, Quetzal Editores, Lisboa, 1994, pp. 291.
Descrição da editora - Dificilmente se pode encontrar uma história mais interessante que a narrativa (elaborada a partir das cartas dos jesuítas e de fontes japonesas) da vida destes estrangeiros no seio exótico de uma corte longínqua, admitidos no círculo íntimo de um autocrata poderosos, observando de perto e tomando mesmo parte em acontecimentos extraordinários.
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