PARA LER NA GULBENKIAN


A exposição "Weltliteratur", patente na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, até 4 de Janeiro, é para ser lida. Mostra textos, fotografias, documentos, quadros e vídeos e estabelece nexos entre eles.
Fernando Pessoa é a figura central desta exposição e logo à entrada está um recado para o escritor.
"Snr Pessoa Precisei de sair, está o jantar prompto é só sentar à mesa, tirar do lume e comer. Adelaide". Esta é a frase que se pode ler nas paredes brancas da entrada da primeira das 11 "salas" construídas para a exposição.
Logo a seguir, surgem fragmentos da obra de Pessoa, um deles descrevendo o Rossio em Lisboa, e numa fotografia ao lado pode ver-se o autor nas ruas da cidade.
O percurso que acolhe a exposição, comissariada pelo professor universitário António M. Feijó, foi concebido pelos arquitectos Manuel e Francisco Aires Mateus.
"Para nós é muito claro que esta exposição é sobre o prazer da leitura", afirmou Manuel Aires Mateus, sublinhando que Weltliteratur "é uma exposição para ler".
"Weltliteratur - Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o Mundo!" é a designação dada à mostra, associando uma expressão de Goethe a um verso de Cesário Verde.
"A exposição pretende mostrar que um texto só é legível dentro de um nexo de outros textos", afirmou António M. Feijó, na apresentação da mostra.
Para o professor universitário, a exposição "é sobre Fernando Pessoa e alguns contemporâneos, alguns previsíveis, como é o caso de Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, mas outros que o não são".
Teixeira de Pascoaes, "talvez o único par de Pessoa no século XX português", Camilo Pessanha, "que é de uma geração anterior", e Vitorino Nemésio, "que aparece como expoente de toda a grande poesia pós-Pessoa", são outros escritores com espaço em "Weltliteratur".

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