A vida não é aqui
"A poesia é um território onde toda a afirmação se torna verdade. O poeta disse ontem: a vida é inútil como uma lágrima, hoje diz: a vida é alegre como o riso, e tem razão nos dois casos. Diz hoje: tudo acaba e se afunda no silêncio, dirá amanha: nada acaba e tudo ressoa eternamente, ambas as coisas são verdade. O poeta não precisa de provar nada; a única prova reside na intensidade da sua emoção.
O génio do lirismo é o génio da inexperiência. O poeta sabe pouca coisa do mundo mas as palavras que dele jorram formam belas construções definitivas como o cristal; o poeta não é um homem maduro e contudo os seus versos têm a maturidade de uma profecia perante a qual o próprio fica interdito."
Milan Kundera tem destas coisas: observa as personagens, conta-nos as suas histórias e pára. Quando pára reflecte; quando reflecte partilha; e quando partilha questiona. Não conheço outro com este génio e por isso se torna único.
N'A vida não é aqui conhecemos as entranhas de Jaromil e com ele crescemos, aprendemos, sentimos, amamos e escrevemos. Compreendemos? Esta pergunta fica em aberto... Compreender Jaromil é saber o que é ser poeta...
"Meu amigo, você é um poeta, você é um poeta!"
... é sê-lo.
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